do neo-canibalismo ao tretoterismo, o caótico corpus do movimento homeostético, suas tricas, sequelas, etc.

segunda-feira, 23 de julho de 2012


O NÃO COMO PROFISSÃO (homenagem a Álvaro Lapa)


A prudência da consciência (quanto à arte) é comum - mas a exuberância da vaidade excita para generalidades nos modos de a pensar. Equívoco? Algo contraproducente? Ou uma exuberância suplementar?

O debate sobre que é o pintar, ou não (e ao seu valor), mostra o  festim da Experiência como eclosão e balbuciamento.

Pode haver justificação, numa pintura? Tudo na pintura recusa a ubiquidade òbvia. No entanto a acção da pintura não se circunscreve ao objecto, mas é pandémica como uma micro-revolução permanente.

A pintura não é teoria mas é teórica nos seus aspectos climatéricos. Procura a teoria como um falso alter-ego nos festins mascarados da Natureza, sem nenhuma generalidade, isto é, opõe a vantagem de escolher formas e representações perante a sua sem-distância (o seu carácter afectivo).

A pintura sendo origináriamente do dominio do não-verbal, dota-se de um perímetro de inominável que é colmatado pela múltiplicidade de opiniões rápidas do "respeitável público".

As emoções pela Natura também são opinião: internamentos da complexidade e do fausto do eclodir?

A «solução» de heteronomizar é a possibilidade de outros recomeços. É como caçar com outros cães. A autoria desdobra-se em técnicas de predação.

Porque é que é que gostamos "em arte" das emoções da provocação?

O não-ser contribui em alguma medida para a sensação de impaciência perante a construção.

A arte procura presentificar-se (a si mesma) pela abundância, enquanto no seu cerne o não-ser encena a carência - o que antigamente se chamava grau zero.

Possa a teoria «desfazer» por inteiro para que a pintura refaça na sua insuficiência gloriosa. Sou contra tudo o que é inteireza ou acabamento. Contra Ricardo Reis - não sejas inteiro, fabrica-te no excesso e na exclusão contra uma possível identidade. Põe o que poderás ser ou não ser em tudo o que farás.

Uma técnica existentes confunde-se com os propósitos. Por isso exibi-los é redundante.

A teoria não como generalidade mas como generabilidade.

Emocionam-me as ocasiões que propiciam.

As regras do ânimo.

A curiosidade da opinião mascarando-se na multiplicidade.

É fácil justificar o perímetro do inominável com a ubiquidade, mas isso é sempre uma burla.

O debate da pintura deve ser tragédia?

Heterodidactamente a elite gere o contraditório no possível.

O autos é o concretizar.


A complexidade das regras no limiar de um festim?

A celebração de uma teoria tanto pode ser teórica como não.

O não como «profissão».

A consciência possível é narcisismo mesmo quando invoca o inominável comum.

A curiosidade do pintores constitui os propósitos.