do neo-canibalismo ao tretoterismo, o caótico corpus do movimento homeostético, suas tricas, sequelas, etc.
segunda-feira, 13 de agosto de 2007
C. & E. (comida)
Vamos jogar aos comedores – comer para inverter o tempo.
«este é o meu corpo, tomai e bebei».
Amai-vos uns aos outros = comei-vos uns aos outros.
Amar é comer, oferecer-se em sacrificio.
Interpenetração. Jogo sexual. Mistura de casas.
Comer para renovar o corpo.
Morrer é ser comido para integrar outros corpos.
Comida: sacrifício simbólico. Na pintura: oferecer aos olhos o corpo do próprio artista, do artista rival do demiurgo.
Toda a imagem é para ser devorada/apreciada – pintura lambida, pintura condimentada, receitas pictóricas, pequenos & grandes cozinhados. Fazer boa cozinha com alimentos simples. Carnes tenras. Carnes duras. Carnes frescas. Carnes podres.
Na arte é como na cozinha. Há pratos inexcedíveis. Dentro do género, pois claro.
E o vinho para lá do milagre dos pães. A magnifica embriaguês segundo Khayyam:
O vinho me embriaga. Que se ria
o sufi santo de tão louca orgia.
Talvez se forje em vil metal a chave
da porta que ele uivou e não se abria.
Representar é amar e dar-se a comer.
E aqui não há sentimentalismos nem boas ou más visões - «da sugestão à digestão, do centro à periferia, o neo-canibalismo converte e inicia»
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