do neo-canibalismo ao tretoterismo, o caótico corpus do movimento homeostético, suas tricas, sequelas, etc.

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

C. & E. (gato)



Bonito, já vi muitos gatos sem sorriso,
mas um sorriso sem gato é a coisa mais curiosa
que já vi em toda a minha vida!
(L. Carrol)

O que é contraditório num reino de coisas mortas
não o é no reino da vida.
(Morin)



Ruptura! – preludio para o novo.

Turbilhões, movimentos descontinuos, copulações aleatórias, variedade de actos, diversidade de formas.

Chega-se ao problema crucial da multiplicidade e do desenvolvimento. A construção de centros, como necessidade topologica, apela ao establecimento de relações crescentes cada vez mais complexas, fazendo com que os objectos joguem intensas relações, desenvolvendo, caso seja possivel as potencialidades que pre-existiam e as que vão surgindo.

É o princípio da construção do mundo, do reconhecimento do próprio corpo, como cadeias borbulhantes de percepções e construções.

Mais do que a comunicação, como evidência retórica dos materias, mensagens (que incluem piscadelas irónicas e algumas salutares ambiguidades), pense-se antes em transcomunicação, desfrute, diálogo séries entre complexas, modos de produção em que o corpo e o logos estão envolvidos. Não se pretende comunicar algo mas fazer passar redes de possibilidades, como uma discussão que não se fecha nunca. Visão como vontade de participação critica num diálogo a várias vozes.



O processo de representação é uma metodologia global que envolve não só a linguagem como conceitos visuais complexos, que implicam não só um conhecimento conceptual do representado como transporta em si a vontade de exprimir conhecimentos e tradições que transformam, sublimam e divergem do que deveria ser representado.

Avançamos com a proposta do Envolvimento Total Reflexivo, uma operação estética, que ainda que tenha as suas bases em mecanismos perceptivos ou em intenções mais ou menos boas, acaba por dissolvê-las numa inter-perceptividade festiva, e numa abertura menos intensional, como se fosse um balbuciamento de uma miriade de possibilidades.

Respirar – inspirar, conter, expirar – processo de conhecimento circular. Regeneração e progressão na mimesis.

O desenvolvimento da mimesis coincide com a maximisação das capacidades biológicas:

«A descoberta de derivações genéticas (genetic drifts) não selectivas, o reconhecimento de caracteres neutros no seio das espécies, a plausibilidade matemática de que certos traços desfavoráveis poderiam ser conservados no pool genético, tudo isso produziu brechas na aparente racionalidade da selecção. Já não é o optimo que é seleccionado, é o péssimo que é eleminado. Já não é o útil que é sempre conservado, mas, eventualmente, o supérfluo.» (Morin)

O progresso da mimesis (ou da representação artistica) passa também pela reconsideração do supérfluo e o eleminar do péssimo. O importante será (para além da variedade/variação das novas conexões a serem establecidas) detectar as invariantes, isto é, os caracteres neutros.

Os caracteres neutros seram os chamados basic scribles?

Sem comentários: