do neo-canibalismo ao tretoterismo, o caótico corpus do movimento homeostético, suas tricas, sequelas, etc.

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

C. & E. (liberdade)


Juri - fazer tudo para não tomar parte em nenhum deles. (Flaubert)

O homem realizar-se-á suprimindo as fronteiras que paralisam
a sua actividade conceptual e que o conduzem a classificar tudo
e reduzir tudo.
(Morin)

Je ne suis pas dans l’espace et dans le temps, je ne pense pas l’espace et le temps. Je suis à l’espace et au temps, mon corps s’applique à eux et les embrasse. Je ne suis pas devant mon corps. Je suis dans mon corps, ou plutôt, je suis mon corps. (Merleau-Ponty)


Uma fruição moral não é necessáriamente uma fruição judicial, e pode ser uma fruição profilática – as exigências estéticas passam por aí.

Marinetti proclamava a guerra como única higiene do mundo – apelo futurista e heraclitiano à catástrofe.

Apocalipses simétricos – toda a decadência é contemporanea da eternidade.

A obra não se explica como um corpo ideal, mas como corpo utópico. Tornar a obra post-apocaliptica e metacatastrófica é dar ao corpo a visibilidade das suas invisibilidades.



Se existem elementos corpusculares constitutivos na obra eles apenas interessam como desejo e alegoria descritiva, como fachada, muro, de uma cosmogonia outra que se inscreve nas células vazias do elemento actuante – o corpo.

O corpo opõe-se ao Corpo. O corpo nárcisico, gestual, performativo, difere do corpo universal, do corpo que é conquistado ao inconsciente.

A liberdade é o espetáculo do não-espetacular.

A organização dos espaços busca na incerteza, na consciência do incerto, nas complexidades alargadas – destalibilização das instabilidades que se equilibram, mutuamente.

Não a economia que simula a imediaticidade espetacular. O minimalismo é o ascetismo de consumo, a evidência pseudo-moral.

A «boa-forma» é uma impostura moral que tenta desviar a evidência do corpo, e a politica como transmutação de corpos. Queremos uma politica transcomunicacional, sexualizada, aceitando o espaço, fazendo desabroxar o envolvimento.

A arte é uma necessidade luxuosa, um reequilibrio feito de desiquilibrios – isso é homeostética.



A história das convenções passadas torna a nossa actualidade mais futurista – é o passado que faz a profilaxia que garante a generosidade do futuro através deste presente.

Escrevemos - «contar ou não contar com as utopias, mera questão de táctica». – e a táctica aqui é contra o cepticismo (a pesar de um salutar cepticismo) através de um dogmatismo metamórfico.

Substituição constante de convenções. Experimentar para desocultar o erro. E mais do que nunca o perpétuo encontro com o desconhecido que se dissimula no conhecido. Nada é suficientemente conhecido. Contra o mêdo!

Não há limites para os universos. Os universos são sempre insuficientes, um work in progress. Avançar. pelo vago, pelo indefenido, desdramatizando os pavores, nascendo para novas necessidades.

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