do neo-canibalismo ao tretoterismo, o caótico corpus do movimento homeostético, suas tricas, sequelas, etc.

domingo, 12 de agosto de 2007

os filhos de àtila



a acompanhar a 1ª exposição homeostética saíram dois números dos Filhos de Àtila, uma revista fotocopiada, assumidamente bad, com colaboração extra de Pedro Cavalheiro. Um manifesto do M. Vieira e outro meu, ilustrado/obliterado pelo Xana surgem aí






MANIFESTO DESPREZO (pproença)






Pelo ecletismo
Pelo confuso fácil
E pelo caos negativo


Assim aguardamos


UM SINCRETISMO
MAIOR
ORIGINÁRIO
E
TUDO


E polimos as nossas belas sílabas
E desfazemos as revolucionárias conquistas modernistas
E encontramos belos pedaços:

SEXO
E TRANSCENDÊN-
CIA




A fuga-fuga para. O velho Egipto
Onde eu gostaria de criar galinhas
E recordar velhas òperas.
Enfim:


OLEEMOS AS METRELHADORAS




A revolução apodreceu nas cátedras e no sacaneia-o-próximo:
Que revolução? - pergunta o hábil - a revolução morta, a ousadia perdida, oh, eu…





Depois existem outros sentimentos como o


1. SENTIMENTALISMO FRENÉTICO COM REQUINTES ESTÉTICOS E COM UM TIPO DE AMOR AVANÇADÍSSIMO.
2. A NÁUSEA DESENCHABIDA MAS NUNCA CRUEL COM ANJOS A ASSOBIAREM CANTATAS.
3. A BELA PALAVRA COMO POR EXEMPLO:




HOMEOSTÉTICA

4. A PAIXÃO ORAL QUE É COMO QUEM DIZ

«Ó INTRATÁVEL INSATISFAÇÂO!»

5. OS CORPOS: ENFIM. OU / E AFINAL.


VANGUARDA

Sem essa palavra feia
E menos os oportunismos
E arrivismos
Que ela implica
E que explica


OS POPÓS-POPS-MODERNISTAS


Mas que são uns rapazes que gostam de passar a ferro e para quem afinal a pintura até é uma coisa séria (o que constitui um ENORMÍSSIMO CRIME).


O RISO (sem adjectivos)
É uma grande máquina de conhecimento.


Toda a aquisição é ùtil - as dissonâncias
São as possiveis aquisições:
E a revisitação de ruinas só mostra o «dis»
Na harmonia do arruinado.


O bom gosto é uma tramoia castratória
E a polivalência
O ùnico funcionalismo possível.



(…)também a educação luso-espartana e o infusionismo-ilusionismo no sublime extático, ou um tipo de xamanismo deslavado e mais impregnado de saudade…




Assim o programa de artifício seguirá nestas passadas despedaçadas da UNIDADE HOMEOSTÉTICA - «a única saída possível para a crise!» - cada um vende o seu peixe como pode!



(…)toda a parte.

Assim a prática do MISTÉRIO QUANTITATIVO, traduzindo o termo cultural buéréré, é o speicechétle do nosso percurso iniciático, reafirmando deste modo um tradicionalismo que redescobre os



MANTRAS


como um valor
atómico.







MANIFESTO (M. Vieira)


Devido a interferências externas só podemos vir a dar este manifesto ao conhecimento público muito mais tarde do que desejariamos. Estamos conscientes de que este evento vai assinar a derradeira certidão de òbito da arte de uma geração que nos surge como o fruto podre da guerra fria. Mas guerra é guerra!

Amoras concubinas
de miosótis enrugados
delicadas parafinas
que florescem nos teu prados!

Chega de resistir à tentação! Que ninguém nos livre do mal! É do conhecimento do degenerado público que já pouca coisa o move das suas batedeiras elétricas e dos mass média! Kaputt! Essa é a nossa palavra de ordem! A nós os prados em que cavalgamos sobre búfalos ao som da límpida bosta!

Os nossos heróis? Lembram-se de Àtila o Huno, de Cleopatra, das espetadas de carne fresca e suculenta, do sabor da manteiga derretendo-se sobre a carne imaculada das santolas! A aventura, o burrego no churrasco, o escutismo louco, descontrolado!

Somos um movimento rude, indisciplinado como uma bola de neve que rola por uma montanha de estrume! Sim, somos o caos! Mas o caos límpido na sua forma ordenada e bruta! O raw caos!

Abaixo as substâncias sintéticas na comida! Porque não tentar criar gado nos apartamentos e acender fogueiras à noite, bebendo vinho de sabor antigo em festa?

É necessário dar ferro a esta anémica sociedade! Decapitar os papuça e dentuça!


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