do neo-canibalismo ao tretoterismo, o caótico corpus do movimento homeostético, suas tricas, sequelas, etc.
quarta-feira, 15 de agosto de 2007
No Terraço de Helena Heitor come Espargos
poemas inéditos
de Aquiles Farinha
(poderá encontrar uma versão ilustrada no triplo V
Primeiríssima de duas partes
ou a chamada
Epístola de Narcíso aos lírios
As orcas nadam nas nódoas
entre as ovas lentas das sebentas.
No segredo-odor dos Argivos
castram-se varões altivos.
Argumentam aqueles que não aguentam
arguidos de Tirésias idos.
Patéticos porque filhos filhados
ou afilhados das fobias.
As escovas das alcovas
guardam-se nas traseiras dos travesseiros.
Levitam os Leviathans.
Não é o que dizem os Levitícos.
Não há troça
digna da alcachofra.
Amanhã veneno
e o épico aceno.
Plasticínico em tratados de lábio.
País até Não-Ser.
Junto ao Branco um dromedário.
Dorme Dário
com a Odisseia à cabeceira.
As ruivas lamentam sardentas
os espinhos de Adão.
Este picou-se
como se sabe na mão
ao tentar colher o fruto proíbidão.
Abri a custo a conserva
no interior a tua mão.
Abrir enerva.
Limões bicudos nas pontas
como tias tontas.
Limonadas frescas
durante as touradas.
Salomão e o seu salmão
fumado pelo fado.
Da coerência indiferente &
Da maningância da relutância.
Ele está como um mouro
para o rio Douro.
Mais acima, por favor!
Gramática
Altos e ao léu os castelos
ergem-se redondos como bolos.
A prima disse-me então:
cavemos um fosso dentro da Torta
para que possamos chegar à Sua Horta.
A menina pegou na agulha
e picou-se.
Ò filha, não se bordam as letras assim!
Era aquilo a que Deus chamava a Gramática.
Ai que didática!
Mauritânia
Lindo, é lindo! Chega!... Arregaça
o Santo Graal! Não cheira mal!
No Orto o chinfrin do berbequim...
A madrinha da vizinha usava um leque
de pechisbeque.
Madalena! Achas que valeu a pena?
O teu coração é um amendoím
e amar-te-ão assim
na aldeia dos Macacos.
Estavas de rastos?
Não! De ratos!
Parte segunda ou secundária
tal como a primeira
onde Zeus
entre anónimos Corifeus
mostra o pénis.
Apesar da encenação escandalosa
ninguém dá por isso.
Dalila vai à fonte
com o papagaio na vagina
os homens andam a monte
e ela toca concertina.
Orou! Ao verso misto deu a face.
Mas foi clássico o desenlace.
Entrou! Os porcos transformam Circe.
De que se lembra Euridice?
O que fica então
deste mundo já vão?
Come de côr, niño!
Come de côr!
As ondas do mar de Vigo
vieram ter comigo
e o meu amor que lá ora
foi-se logo embora!
Estar no têr quebrou Amor.
Cansa-me o Ele. Nada me hei-de.
Fica-Te no hás- Ou no Às?
Venham as Copas e a manilha.
SECRETAS AS TENEBRAS
NÃO SE DÃO DEVAGAR
Crise & Ode
Musa travesti. Não há memória
de dedicatória.
O cego que colhe os intestinos destinos
caga um ditirambo
ao ritmo de um Mambo.
Entre nado e nato.
O tal destino é um serviço ao Isso.
Tem fé na Glória. Serás herói
em tronos de Troia.
Agarra a boia.
Serás Idolo entre mil
e as focas rir-se-ão ao serão
banqueteando-se de amoras.
Silvestres as Horas
e as Graças também.
Musa difusa
de Delfos cumplice
os Trácios mistérios
são o teu colchão.
Mas não te falta Tacto
e quando as assaltares
as muralhas recusar-se-ão.
Rio que lavas no Povo
Finito deserto. Ladaínhas de irmão
no porão. Desabafo.
Dlo Nfo.
Espetadas estoicas
no pórtico.
Os cinicos esfregam-se Lama
e algum guru enfia um lingam no cú.
A ària era outra. Piroscas.
Lolitas de roscas. Faz-de-conta
que não havia impostos.
No Índico (ó mar, ó mar)
o meu Duplo aguarda tubarões
e Marta joga Golf.
CAMILA A PEÇONHA
(finale con sprezzatura)
“Como um tumulo dessa Alma,
como um pélago desse entreaberto
severo para bebê-lo!
e a minha obcessão por noites Ardente
e meu degredo pelo mármore gelado-alucinado
num pesadelo fechado.
Desse lábio de medo/segredo
lábio fui teu lábio.
Correcto meu ósculo. Oscular quieto
de mármore discreto-sereno...
Cheio de pavor esfriou!”
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